Fontes são, a priori, origem de algo, porém "fontes de conhecimento" requerem uma análise mais cuidadosa.
Fontes explícitas, são aquelas anunciadas, públicas, notórias e registradas em algum suporte físico ou lógico.
Fontes tácitas, são aquelas ocultas no íntimo de cada indivíduo.
Responder o que são "fontes de conhecimento explícito" e o que são "fontes de conhecimento tácito" exige critério.
Um critério demanda pressuposto(s) e para estas respostas os pressupostos podem ser:
1) O conhecimento não é passível de catalogação ou registro, informações e dados o são; 2) O conhecimento é intangível, pois existe apenas na mente das pessoas; 3) Ao registrar o processo do conhecimento, está-se registrando um método e não o conhecimento; 4) Ao registrar o que se conhece, ou o que alguém conhece, está-se registrando informações;
Neste contexto as fontes de conhecimento tácito são as pessoas ou o que elas produziram à partir deste conhecimento e as fontes de conhecimento explícito não existem, o que existem são fontes de informações ou dados.
Se trocarmos os pressupostos as respostas para estas duas perguntas mudarão com eles.
"A criação do conhecimento é unicamente feita por indivíduos. Sem eles, a empresa não pode criá-lo (PRAX, 2004). Todavia, somente a organização pode oferecer a continuidade 2 Outras definições de gerência do conhecimento podem ser encontradas em Davenport e Prusak (1998), O´Leary (1998), Prax (2004) e Barreto (2004). 4 básica de que os trabalhadores do conhecimento precisam, para serem eficazes. Apenas a organização pode transformar o conhecimento especializado do trabalhador do conhecimento em desempenho (DRUCKER, 2001). Sob a ótica de Stewart (1998), à medida que a organização interage com seus ambientes, ela absorve informações e as transforma em conhecimento, para então agir com base numa combinação desse conhecimento com suas experiências, valores e regras internas. Para haver a transformação do conhecimento e, conseqüentemente, a expansão deste, é necessário uma interação social entre os conhecimentos tácito e explícito. O conhecimento tácito "é pessoal, específico de um contexto e difícil de formalizar e comunicar", já o conhecimento explícito ou codificado "se refere ao conhecimento que é transmissível em uma linguagem formal e sistemática” (POLANYI, 2004). Segundo Stewart (1998), a maior virtude do conhecimento tácito é que ele é automático, exigindo pouco ou nenhum tempo de reflexão. Em contrapartida, o conhecimento explícito pode ser facilmente expresso em palavras, números, expostos em documentos, e pode ser prontamente transmitido entre pessoas, de modo formal e sistemático. Com base nessa relação, postula-se quatro meios de conversão de conhecimento, derivados das combinações entre os dois tipos de conhecimento (NONAKA, TAKEUCHI, 1995). Segundo os autores, a socialização (tácito para tácito) é a conversão do conhecimento pela observação e experiência, não necessariamente pela linguagem falada. Isoladamente, a socialização é uma forma um pouco limitada, de criação do conhecimento, pois os participantes não agregam qualquer insight sistemático ao conhecimento. A externalização (tácito para explícito) possibilita a criação do conhecimento por promover a reflexão e interação entre indivíduos sobre o que está formalmente expresso. Já a combinação (explícito para explícito), é a geração de novos conhecimentos através das interações entre o novo conhecimento e o já incorporado. Por fim, a internalização (explícito para tácito) é a transformação do conhecimento já socializado, externalizado e combinado em tácito novamente, comprovando a aceitação, a compreensão e a internalização do conhecimento na organização. A partir daí, o conhecimento individual acumulado precisará ser socializado novamente de forma a gerar novos conceitos, quando aplicado a novas necessidades. Dessa forma, entende-se que a criação do conhecimento é um processo em espiral com iteração dinâmica, que requer a atuação tanto individualmente, quanto no âmbito organizacional. Mas, para isso, é necessário uma motivação intrínseca, para que o processo flua a contento, e não havendo esta, a organização deve criar o devido incentivo, criando um ambiente favorável para que haja a almejada criação do conhecimento". Fonte: artigo apresentado no VI CINFORM GED COMO FERRAMENTA NA GERÊNCIA DO CONHECIMENTO EXPLÍCITO ORGANIZACIONAL JOCELMA A. RIOS1 (jocelma.rios@cpunet.com.br)
Considerando que a criação do conhecimento é um processo em espiral com interação dinâmica, que requer a atuação tanto individualmente, quanto no âmbito organizacional, concordo com o Marcus quando ele coloca que fonte de conhecimento são pessoas. Podemos citar como exemplo, o networking de cada um de nós, acredito que seja forma de conhecimento tácito.
Concordo novamente com o Marcus quando ele comenta que fazemos o registro de informações, não de conhecimento. Assim, temos fontes de informação. No entanto, cabe ressaltar que informação é o registro do conhecimento - sua forma explícita. Logo, não sei se essa divisão entre fonte de conhecimento tácito e explícito é uma boa taxinomia, afinal registar informação é tornar o conhecimento explícito.
Realmente, informação é o registro do conhecimento (no viés topdown), ou seja, transformar o conhecimento tácito em explícito. Assim, como vocês comentam, falar em "fontes de conhecimento explícito" é falar em "fontes de informação". É uma questão a pesquisar (na bibliografia) e esclarecer
4 comentários:
Fontes são, a priori, origem de algo, porém "fontes de conhecimento" requerem uma análise mais cuidadosa.
Fontes explícitas, são aquelas anunciadas, públicas, notórias e registradas em algum suporte físico ou lógico.
Fontes tácitas, são aquelas ocultas no íntimo de cada indivíduo.
Responder o que são "fontes de conhecimento explícito" e o que são "fontes de conhecimento tácito" exige critério.
Um critério demanda pressuposto(s) e para estas respostas os pressupostos podem ser:
1) O conhecimento não é passível de catalogação ou registro, informações e dados o são;
2) O conhecimento é intangível, pois existe apenas na mente das pessoas;
3) Ao registrar o processo do conhecimento, está-se registrando um método e não o conhecimento;
4) Ao registrar o que se conhece, ou o que alguém conhece, está-se registrando informações;
Neste contexto as fontes de conhecimento tácito são as pessoas ou o que elas produziram à partir deste conhecimento e as fontes de conhecimento explícito não existem, o que existem são fontes de informações ou dados.
Se trocarmos os pressupostos as respostas para estas duas perguntas mudarão com eles.
"A criação do conhecimento é unicamente feita por indivíduos. Sem eles, a empresa
não pode criá-lo (PRAX, 2004). Todavia, somente a organização pode oferecer a continuidade
2 Outras definições de gerência do conhecimento podem ser encontradas em Davenport e Prusak (1998), O´Leary (1998), Prax (2004) e Barreto (2004).
4
básica de que os trabalhadores do conhecimento precisam, para serem eficazes. Apenas a
organização pode transformar o conhecimento especializado do trabalhador do conhecimento
em desempenho (DRUCKER, 2001). Sob a ótica de Stewart (1998), à medida que a
organização interage com seus ambientes, ela absorve informações e as transforma em
conhecimento, para então agir com base numa combinação desse conhecimento com suas
experiências, valores e regras internas.
Para haver a transformação do conhecimento e, conseqüentemente, a expansão deste, é
necessário uma interação social entre os conhecimentos tácito e explícito. O conhecimento
tácito "é pessoal, específico de um contexto e difícil de formalizar e comunicar", já o
conhecimento explícito ou codificado "se refere ao conhecimento que é transmissível em uma
linguagem formal e sistemática” (POLANYI, 2004). Segundo Stewart (1998), a maior virtude
do conhecimento tácito é que ele é automático, exigindo pouco ou nenhum tempo de reflexão.
Em contrapartida, o conhecimento explícito pode ser facilmente expresso em palavras,
números, expostos em documentos, e pode ser prontamente transmitido entre pessoas, de
modo formal e sistemático. Com base nessa relação, postula-se quatro meios de conversão de
conhecimento, derivados das combinações entre os dois tipos de conhecimento (NONAKA,
TAKEUCHI, 1995). Segundo os autores, a socialização (tácito para tácito) é a conversão do
conhecimento pela observação e experiência, não necessariamente pela linguagem falada.
Isoladamente, a socialização é uma forma um pouco limitada, de criação do conhecimento,
pois os participantes não agregam qualquer insight sistemático ao conhecimento. A
externalização (tácito para explícito) possibilita a criação do conhecimento por promover a
reflexão e interação entre indivíduos sobre o que está formalmente expresso. Já a combinação
(explícito para explícito), é a geração de novos conhecimentos através das interações entre o
novo conhecimento e o já incorporado. Por fim, a internalização (explícito para tácito) é a
transformação do conhecimento já socializado, externalizado e combinado em tácito
novamente, comprovando a aceitação, a compreensão e a internalização do conhecimento na
organização.
A partir daí, o conhecimento individual acumulado precisará ser socializado
novamente de forma a gerar novos conceitos, quando aplicado a novas necessidades. Dessa
forma, entende-se que a criação do conhecimento é um processo em espiral com iteração
dinâmica, que requer a atuação tanto individualmente, quanto no âmbito organizacional. Mas,
para isso, é necessário uma motivação intrínseca, para que o processo flua a contento, e não
havendo esta, a organização deve criar o devido incentivo, criando um ambiente favorável
para que haja a almejada criação do conhecimento".
Fonte: artigo apresentado no VI CINFORM
GED COMO FERRAMENTA NA GERÊNCIA DO CONHECIMENTO
EXPLÍCITO ORGANIZACIONAL
JOCELMA A. RIOS1
(jocelma.rios@cpunet.com.br)
Considerando que a criação do conhecimento é um processo em espiral com interação
dinâmica, que requer a atuação tanto individualmente, quanto no âmbito organizacional, concordo com o Marcus quando ele coloca que fonte de conhecimento são pessoas. Podemos citar como exemplo, o networking de cada um de nós, acredito que seja forma de conhecimento tácito.
Concordo novamente com o Marcus quando ele comenta que fazemos o registro de informações, não de conhecimento. Assim, temos fontes de informação.
No entanto, cabe ressaltar que informação é o registro do conhecimento - sua forma explícita.
Logo, não sei se essa divisão entre fonte de conhecimento tácito e explícito é uma boa taxinomia, afinal registar informação é tornar o conhecimento explícito.
Realmente, informação é o registro do conhecimento (no viés topdown), ou seja, transformar o conhecimento tácito em explícito. Assim, como vocês comentam, falar em "fontes de conhecimento explícito" é falar em "fontes de informação".
É uma questão a pesquisar (na bibliografia) e esclarecer
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