terça-feira, 22 de abril de 2008

O que é Gestão do Conhecimento

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4 comentários:

Marcus Garcia de Almeida disse...
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Marcus Garcia de Almeida disse...

KM (Knowledge Management) tem seus fundamentos lançados em 1996 por Ikujiro Nonaka e Noburo Konno com o conceito filosófico do 'ba' um ideograma kanji que representa de um lado os elementos naturais (terra, água fervente e crecimento) representando potencial e de outro lado uma força de movimento que leva ao crescimento que proporciona a transformação. Esta visão filosófica é a base para a criação do conhecimento, que no livro escrito mais tarde pelo mesmo Ikujiro Nonaka em parceria com Hirotaka Takeuchi, "Criação de Conhecimento na Empresa", os autores lançam os fundamentos da gestão do conhecimento baseado num modelo de cinco fases designado por eles como "Processo de Criação do Conhecimento". Neste trabalho Nonaka e Takeuchi apresentam os "Elementos Capacitantes": Intenção, Autonomia, Caos Criativo, Redundância e Variedade de Requisitos e apontam em duas direções para ilustrar o processo da criação do conhecimento: o tácito e o explícito cujo ciclo que conduz de um (tácito) a outro (explícito) passam pelos elementos da socialização, externalização, combinação e internalização. Esta base lançada por NONAKA e TAKEUCHI é sustentada por outros autores como DAVENPORT e PRUSAK e vem sendo adotada para os processos de KM. Sendo então o conhecimento um processo de transformação da informação (em seu estado mais puro) para um estágio mais elaborado e consciente cuja dependência do fator "saber tácito" do indivíduo determina seu grau de qualidade, coloca a gestão do conhecimento como um desafio para as organizações que não podem prescindir de situar o processo em si num contexto, chamado por NONAKA e TAKEUCHI e "capacitante", no qual, conhecimento e indivíduo são interdependentes. A KM tem sido tratada de forma equivocadamente como gestão da informação.

Joelma disse...

(...) A gestão do conhecimento consiste em ações sistemáticas, baseadas em políticas e metodologias, apoiadas em grande parte, mas não somente, em tecnologia, que variam conforme a cultura da organização, visando facilitar criação do conhecimento e seu aproveitamento na inteligência organizacional. (CIANCONI, 2003, p.251)
Na criação do conhecimento organizacional a informação e o conhecimento estão relacionados. O conceito de informação refere-se a um fluxo de mensagens, enquanto, o conhecimento é criado a partir desse fluxo de informação, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor (NONAKA; TAKEUCHI,1997).

Maira Murrieta Costa disse...

De acordo com Terra (2001, p.214) a gestão do conhecimento está relacionada com a capacidade das empresas em utilizar e combinar as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional (Nonaka e Takeuchi) para desenvolverem competências específicas e a capacidade inovadora, que se traduzem, permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado.
O artigo de Leite e Costa (2007) aborda bem a relação entre gestão do conhecimento e a gestão da informação. Para os autores “a Gestão do Conhecimento, de forma abrangente, refere-se ao planejamento e controle de ações (políticas, mecanismos, ferramentas, estratégicas e outros) que governam o fluxo do conhecimento, em sua vertente explícita – e para isso englobam práticas da gestão da informação – e sua vertente tácita. (...). A Gestão do Conhecimento engloba práticas de gestão da informação, muito embora não possa ser confundida nem tão pouco reduzida a ela.”
Para Tarapanoff (2006, p.30) “o processo de gestão do conhecimento, em si, é uma atividade independente, mas, quando ligada ao processo decisório, está fortemente ligado ao processo de gestão da informação e ao trabalho de análise da informação.”
Dentre as dificuldades na Gestão do Conhecimento, merece destaque a falta de balanceamento na consideração de fatores humanos, tecnológicos e de processo. Vale ressaltar que não existe uma ferramenta chamada GC, mas sim uma necessidade de transformação das organizações que se tornou um fator essencial de sobrvivência. A GC envolve processos de gestão de recursos informacionais, gestão do capital intelectual, gestão de competências, aprendizagem organizacional dentre outros.

Bibliografia Consultada:
LEITE, Fernando César de Lima; COSTA, Sely Maria de Souza. Gestão do conhecimento científico: proposta de um modelo conceitual com base em processos de comunicação científica. Ciência da Informação, Brasília, v. 36, n.1, p.92-107, jan./abr. 2007.
TARAPANOFF, Kira (Org.). Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT/UNESCO, 2006.
TERRA, José Cláudio Cirineu. Gestão do conhecimento: aspectos conceituais e estudo exploratório sobre as práticas de empresas brasileiras. In: FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JR.; Moacir de Miranda Oliveira (Org.) Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competência. São Paulo: Atlas, 2001.

Curiosidade:
O primeiro livro publicado em gestão do conhecimento é atribuído a Sveiby. Publicado em 1990, em sueco “Kunskapsledning”. Disponível em www.sveiby.com